Filme: Inception
Realizador: Christopher Nolan
Muito boa noite, meus caros amigos e leitores.
Eu ainda estou meio a sair de um "sonho" - este filme é, de facto, um sonho do ponto de vista cinematográfico - está muitíssimo bem feito, mas foca um tema que eu abordei quando era novo, no sétimo ano do liceu, em Filosofia, que são os sonhos e o subconsciente. É uma coisa em que eu tenho pensado desde então, mas que me intriga muito.
Segundo dizem os sábios, usamos apenas 20% da nossa capacidade cerebral. Eu acho isso fantástico, e imagino o que acontecerá se o Homem conseguir um dia usar 80% da sua capacidade. Não imagino onde isto irá parar - será um paraíso tecnológico ou então o Homem vai acabar por se destruir com essa sede de progresso. A tecnologia é importantíssima para o nosso bem estar - os aviões, os telemóveis, o cinema e a televisão - em relação à minha meninice (há 70 anos), existe uma diferença considerável. A minha família era abastada, mas não tínhamos frigorífico em casa. A empregada cozinhava todos os dias e depois deitava-se fora ou dava-se aos pobres. Não se guardava a comida de um dia para o outro porque não havia frigoríficos. Desde então a evolução tem sido fantástica, por isso não me surpreende toda a parte técnica do filme. Já estamos habituados a ver efeitos especiais muito bons, porque a própria técnica evoluiu muito.
No entanto, o filme aborda a questão de uma forma um bocadinho pretensiosa, porque fala da mente humana. O argumento tenta interpretar os sonhos e aquilo que nós sonhamos. Os sonhos sempre me fizeram confusão. Nunca percebi bem o que se passa durante os sonhos - o cérebro está a descansar ou a criar? Como é que temos tanta noção das coisas durante o sono? Sou muito burro para estar a comentar e estar a criticar aquilo que o filme nos pode estar a dizer sobre os sonhos, porque até pode ter razão em muitas coisas que até agora não se provaram, ou coisas que eu pura e simplesmente não sei. Não percebo o suficiente de sonhos para fazer uma crítica inteligente sobre o tema.
A cabeça do Homem é realmente fantástica e existirá sempre um mistério muito grande sobre isto. Daqui a uns tempos, quando eu infelizmente já não estiver aqui, o Homem conseguirá aproveitar os tais 100% da sua capacidade mental e isto significa que a vida será um paraíso ou um inferno.
É um filme muito bem interpretado, muito bem realizado - está mesmo muito bem feito. Há outra coisa. Achei que tem tiros e lutas a mais, é muito violento. Ultimamente os filmes têm sido muito violentos. Neste caso achei que o filme tenta agradar um pouco a gregos e a troianos, porque tem todo um conceito intelectual mas depois tem muita pancadaria. Uma no cravo, outra na ferradura! Tiroteios, raptos, etc.
É um filme para todos os paladares.
Nunca sei quantas estrelas dar, porque peço ao Filipe para descriminar os aspectos do filme - argumento, efeitos, etc. - o filme pode ter uma realização e interpretação incríveis, que é o caso, mas pode haver aspectos que eu não gosto tanto. Mas como tenho de classificar o todo, dou quatro estrelas.
Desculpem a minha crítica, mas ainda estou envolto no clima do filme.
João Manuel Serra- (0-5) - 4 estrelas
Filipe Melo - É muito bom, mas toda a gente disse tão bem que quando fui ver estava à espera que fosse ainda melhor!
Tiago Carvalho - (0-3) - Férias
Filme: The Ghost Writer
Realizador: Roman Polanski
Boa noite, meus caros leitores e amigos. Aqui estou eu para mais uma crítica, desta vez sobre o "escritor fantasma" de Roman Polanski.
Adorei o filme. Gostei muito. É claro, aconselho que o venham ver - é muito bom. Embora seja uma crítica, nunca poderei realmente transmitir o que o filme tem de bom, embora ache que seja tudo bom. É muito original. A mistura de política e suspense que o filme apresenta é sensacional.
É difícil criticar este filme, porque vive muito das sensações que transmite. Acho que terão mesmo de vir ver e reparar nos pormenores. Envolve uma trama política relacionada com os direitos humanos. Gosto muito do actor principal e do Pierce Brosnan.
Quase consegui adivinhar a trama - possivelmente por ter visto tantos filmes do Hitchcock. Sempre adorei filmes de suspense, e ao ver este filme, tão moderno - não suspeitei que fosse do Roman Polanski, só soube no final do filme.
Em relação aos assuntos do filme, suponho que a CIA é necessária, especialmente nestes tempos em que se fala de terrorismo. Divagando um bocadinho sobre este assunto, acredito que a CIA por vezes é denegrida nos filmes, mas que é uma instituição muito necessária numa altura em que o mundo está tão perigoso. Sempre tive receio de grandes embates, como por exemplo entre os ocidentais e muçulmanos. Acho que a espionagem pode ajudar a prevenir isto. Não sou a favor da falta de privacidade das pessoas, sou apenas contra o terrorismo e contra a maldade humana.
Deve haver uma organização que combata este dilema. O filme parece ser um bocadinho contra a CIA, e há pessoas muito intelectuais que acham que nada disto deve existir, mas é importante que percebam que nada anda à deriva e que por vezes há organismos que as protegem e que previnem que atirem bombas de um lado para o outro. Se o filme é contra a CIA (que não percebi bem se é ou não) acho que é de mau gosto, porque estou a favor.
Porém, venham todos ver isto - bem interpretado, bem realizado! Duas horas e pouco de grande suspense - estive agarrado à cadeira.
João Manuel Serra- (0-5) - 5 Estrelas
Filipe Melo - É mais ou menos.
Tiago Carvalho - (0-3) - Férias
Filme: My son, my son, what have ye done?
Realizador: Werner Herzog
Ora boa noite, meus amigos leitores.
Estou aqui para fazer mais uma crítica, e mais uma vez estou chocado com o filme.
Achei o filme fora de série e acho que não é um filme vulgar, para toda a gente. É baseado na tragédia de Orestes, uma tragédia da antiguidade grega, e isso diz-me muito, sempre adorei.
Quando tinha oito ou nove anos, comprei um livro sobre a mitologia grega e fiquei encantado. Em 1940, um miúdo gostar disso não era comum, embora não esteja para aqui armado em intelectual ou em sábio, que não sou. Também não estou a dizer que o filme é bom por estar relacionado com este assunto, mas é do Werner Herzog e está muito bem feito.
Torna-se difícil crer que tenha sido baseado num caso real. Esta tragédia é sobre uma pessoa que mata a sua própria mãe - isso impressiona-me muito. Lembro-me de muitas coisas deste género na cultura grega. O meu irmão, que é professor universitário, é um perito e um apaixonado por esta cultura, sabe muito sobre o assunto. Pergunto-me se terá saído um bocadinho a mim!
Acho a cultura grega fascinante - as peças, as estátuas, a estética. Coleccionei muitas coisas sobre este tema, que sempre me fascinou.
O filme está muito bem realizado, muito bem interpretado, e sendo um caso verídico deixa-me triste por saber que há pessoas que enlouquecem assim. O Universo é tão estranho, que se uma pessoa pensar demasiado no assunto começa a ficar realmente louca e a perder o rumo. Não me admira que tal aconteça. Foi o que aconteceu ao rapaz do filme, que matou a sua própria mãe, e nem sequer sei se ele leu a tragédia do Orestes.
É muito difícil classificar um filme logo a seguir ao visionamento. No passado dei cinco estrelas ao Avatar e já não daria cinco no presente.
João Manuel Serra- (0-5) - 5 Estrelas
Filipe Melo - Uma seca. Uma seca!!!
Tiago Carvalho - (0-3) - Uma estrela
SIN NOMBRE
Realizador: Cary Fukunaga
Boa noite, meus amigos.
Venho de novo estar um pouco na vossa companhia, algo que gosto muito de fazer, e venho fazer a minha habitual crítica. Não sei se concordarão, porque depende da opinião de cada um, mas serei sincero e direi aquilo que sinto.
Saí do cinema um bocado cansado - achei o filme bom mas é um filme muito cansativo, sobre o drama da emigração mexicana para os EUA. Esta imigração ilegal é contrariada pelas autoridades, e faz com que os emigrantes passem verdadeiras tragédias nessa tentativa de chegar aos Estados Unidos. É claro, o filme tem muitos pormenores que não serão sempre verídicos, mas é muito demonstrativo daquilo que eles sofrem. É muito trágico e incomodativo, e fala de pessoas que estão em condições miseráveis. Portugal é um paraíso a comparar com aquela parte da América Central.
Gostei do filme. Está bem feito, embora a história seja banal. Com esta base da emigração ilegal, não consegue trazer nada de especial e não merece um destaque especial. Fala-nos de uma situação que, embora não me lembre de ver retratada no cinema, conhecia e comove. A pessoa sai do cinema um pouco triste e contrariada, e sei também ver no filme um lado humano muito importante, como vi recentemente no "John Rabe" (ver crítica anterior), que tem mais valores de produção que este.
Não foi possível sair muito bem disposto do cinema, quer pela história quer pela própria feitura do filme. Não considero um filme a recomendar a todos. Podem concordar ou não, mas sinto mesmo que esta é a minha opinião sobre o filme.
Dou 3 estrelas, acima de tudo em homenagem às pessoas que passam tão mal naquela situação, e que acho que o filme traduz bem.
João Manuel Serra (0-5) - 3 estrelas
Filipe Melo - Está muito bem filmado, e é uma história bem contada, mas não achei que tivesse nada de original - então ficou uma sensação de vazio.
Tiago Carvalho - 2 estrelas
Amigos do Adeus